sexta-feira, 13 de julho de 2007

A Fé Ri das Impossibilidades (Leonard Ravenhill)

Pedro na prisão! Que abalo!

Estamos muito longe da cena real para capturar a atmosfera de horror que os Cristãos sentiram neste dia.
Pedro foi movido do Pentecostes para a prisão, dos insultos para a lança. Ele foi guardado por dezesseis soldados.
Pergunte a si mesmo o porque de um homem indefeso necessitar de um semelhante grupo para vigiá-lo.
Poder-se-ia ser que Herodes temeu o sobrenatural, visto que ele soube que Jesus escapou de um grupo semelhante que O guardava?

Se Pedro tivesse sido cercado por cento e dezesseis soldados, o problema não seria aumentado nem a fuga seria menos certa.

Pedro não estava confinado somente pelas duas correntes, mas também pelas grossas paredes da prisão, pelas três divisões da prisão e finalmente por um portão de ferro.

Quando Pedro estava na prisão, a igreja organizou um plano para libertá-lo? Não.

Quando Pedro estava encarcerado, os crentes ofereceram uma petição a Herodes ou sugeriram um preço para oferecer aos legisladores para sua liberdade? Não.

Pedro tinha libertado outros na hora da oração; agora outros deveriam crer na sua libertação.

Com freqüência através do livro de Atos, que poderia ser chamado Os Atos da Oração, encontramos oração e mais oração.

Escave no livro e descubra este poder que motivava a igreja primitiva.

No capítulo doze de Atos encontramos um grupo que orava.

Apesar de um exército acampado contra Pedro, nisto aqueles crentes confiavam: havia um Deus que poderia e que livraria.

A operação de resgate que nunca falhou foi a oração. Não havia limites nas orações daqueles que fizeram intercessão por Pedro.
A oração era feita sem cessar pela igreja à Deus por ele. Eles não estavam preocupados se Herodes morreria ou não.
Eles não oraram para que eles pudessem escapar do destino de Pedro. Eles não pediram que eles tivessem outro êxodo para uma nação mais hospitaleira.

Eles oraram por uma pessoa: Pedro. Eles oraram por uma coisa: sua libertação.

A resposta provou o prometido: "E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis".

Alguns pobres intérpretes desta história têm disto que quando aqueles que oravam ouviram que Pedro estava à porta, não acreditaram. Eu não posso aceitar esta suposição.
Estou certo de que eles oraram com esperança.

Eu gosto de pensar que eles ficaram por um momento chocados com a instantaniedade da resposta. Eles poderiam ser escusados se tivessem levantado suas sobrancelhas quando Pedro disse: "Eu escapei facilmente com a escolta de um anjo" (Próxima vez que você passar na porta mágica automática em seu supermercado, lembre-se que a primeira porta a abrir-se de seu próprio acordo foi funcionada de cima!).

Libertações operadas por anjos parecem não encontrar lugar na nossa teologia moderna. Talvez gostaríamos que o Senhor respondesse nossas orações com o mínimo embaraço para nós. Além do mais, quem esperará que as filas angelicais sejam perturbadas para trazer libertação a uma alma que ora?
Porém, aconteceram resultados sobrenaturais para muitos dos santos que oravam nos dias apostólicos. O Senhor usou um terremoto devastador para a libertação do apóstolo.

A oração é uma dinamite.
Não há nenhuma arma fabricada contra a oração que possa neutralizá-la.
Algumas coisas podem atrasar as respostas à oração, mas nada pode parar o supremo propósito de Deus.

"Se tardar, espera-o". O primeiro requerimento na oração é crer.

- Crer que Deus é "galardoador dos que O buscam".
- Crer que Deus está vivo e que, portanto tem poder não somente para a libertação de Pedro, mas também para a nossa.
- Crer que Deus é amor e que Ele tem cuidado dos Seus.
- Crer que Deus é poder e, portanto nenhum poder pode opor-se a Ele.
- Crer que Deus é verdadeiro e, portanto não pode mentir.
- Crer que Deus é bom e que Ele nunca abdicará Seu trono ou falhará em Sua promessa.

Refletindo sobre a história de Pedro, fui repreendido, humilhado, envergonhado e atormentado. Por que? Porque há grandes santos de hoje em dia, Watchman Nee por exemplo, que por anos têm sofrido e têm permanecido cativos pelos comunistas e outros.
Muitos dos santos de hoje estão quietos na prisão.
O mesmo destino tem sucedido a algumas testemunhas escolhidas de Deus no Vietnã e em Congo.
Tais perigos a outros membros do Corpo demandam preocupação, concentração e consagração para um plano comprometido de oração em favor deles.
Eu temo que orações não têm sido feitas a Deus sem cessar por estes sofredores membros da família.

O Sr. Bunyan nos mostra seu Cristão cativo pelo Gigante Desespero no Castelo da Dúvida.
A chave para sua libertação foi Promessa.

Nós Cristãos estamos no cativeiro em muitos níveis hoje pessoais, domésticos, da igreja e de iniciativa missionária.
Mas as correntes se quebram e as masmorras caem quando a oração é feita pela igreja à Deus:

- Oração sem cessar;
- Oração que destrói nossa situação atual;
- Oração que nos drena de qualquer outro interesse;
- Oração que nos emociona por suas imensas possibilidades;
- Oração que veja Deus como Aquele que do alto governa, Todo-Poderoso para salvar;
- Oração que ria das impossibilidades e grite: "Será feito";
- Oração que veja todas as coisas debaixo dos Seus pés [de Deus];
- Oração que é motivada com o desejo pela glória de Deus.

A oração de um crente pode tornar-se um ritual.
O lugar da oração é mais do que território onde atiremos todas nossas ansiedades, preocupações e temores.
O lugar da oração não é um lugar para deixar cair uma lista de compras diante do trono de um Deus com infinito suprimento e ilimitado poder.

Eu creio que o lugar da oração não seja somente um lugar onde eu perca meus fardos, mas também um lugar onde eu receba um fardo.

Ele compartilha meu fardo e eu compartilho a Seu fardo. "Meu jugo é suave e meu fardo é leve".
Para conhecer este fardo, devemos ouvir a voz do Espírito. Para ouvir esta voz, devemos calar e saber que Ele é Deus.

Esta hora calamitosa nos assuntos dos homens demanda uma igreja mais saudável do que a que temos.
Esta manifestação evidente do mal na juventude e na violação dos mandamentos de Deus por todo o mundo requer uma fé que não recua.
Podemos deixar nossas espadas de oração enferrujadas nas bainhas da dúvida?
Poderemos deixar nossas desentoadas harpas de oração penduradas nos salgueiros da descrença?


- Se Deus é um Deus de inigualável poder e inacreditável força,
- Se a Bíblia é a imutável Palavra do Deus vivo,
- Se a virtude de Cristo é tão nova hoje como quando Ele primeiro fez a oferta de Si mesmo a Deus depois de Sua ressurreição,
- Se Ele é o único mediador hoje,
- Se o Espírito Santo pode nos ressuscitar como Ele fez como nossos pais espirituais,

Então todas as coisas são possíveis hoje.

Os mares estavam agitados, os ventos estavam uivando, os marinheiros estavam chorando, os mastros estavam voando, as estrelas estavam escondendo-se, o Euro-aquilão explodindo.
As pessoas estavam encolhendo-se e gritando, gemendo e suspirando. Somente um homem estava louvando. Todos estavam esperando a morte, exceto Paulo.
No meio de uma cena de desespero, se alguma vez houve uma, Paulo clamou: "Senhores, eu creio em Deus" (Atos 27).
Como as coisas parecem estar totalmente diferentes estes dias, eu vou me unir a Paulo.

Eu vou dizer com fé: "Senhores, eu creio em Deus". Você se unirá a mim?

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Vagas no Reino de Deus (Ricardo Gondim)

Chegou às minhas mãos um documento confidencial, com uma chancela em alto relevo, que diz: “Sala do Trono”.

É uma circular interna do Céu que descreve o perfil das pessoas que Deus procura para encarnarem os valores do seu Reino na terra.

Não me perguntem quem vazou esse papel tão sigiloso; realmente desconheço sua origem.
Só consigo comprovar sua autenticidade pelo conteúdo das propostas, a meu ver, coerentes com a Bíblia.

Transcrevo-o abaixo:

Procuram-se mulheres e homens que não vivam escravizados pelas mesmas obsessões que dominam as pessoas: riqueza, fama e poder.

Serão dispensados aqueles que correm alucinados, sempre perguntando: ‘Que comeremos, que beberemos? Ou: com que nos vestiremos?.

Não serão recebidos currículos de quem gosta dos lugares de honra, e de posar ao lado de pessoas consideradas importantes. Nenhum entrevistado pode vangloriar-se de seus feitos.
Sugere-se que seja considerado apenas o que se enleva com a grandeza das galáxias ou com a fragilidade das margaridas.

O candidato pré-aprovado deve estagiar em algum deserto e será despedido sumariamente aquele que não souber ouvir a voz dos ventos mais delicados; não se extasiar com o pôr-do-sol que colore o céu de vermelho; e não se calar diante das constelações que enfeitam as noites escuras com seus diamantes.

Para ocupar a posição de apóstolo, só se admitirá o que abrir mão deste título; será reprovado o candidato que afirmar, em algum ponto da entrevista, que se sente honrado com a possibilidade de continuar com a missão apostólica. O entrevistado precisará revelar discrição e total desinteresse para com os louvores humanos.
Não será admitido, em hipótese alguma, qualquer um que, mesmo de relance, demonstre estar cogitando um projeto próprio.
Está desqualificado o que insinuar, até inconscientemente, que gosta de dinheiro.
Será desprezado quem se esforçar para mostrar uma espiritualidade mais intensa que a maioria das pessoas.

Há grande necessidade de profeta, mas se exigirá um rigor maior no preenchimento dessa posição. O profeta será testado em sua capacidade de sentir o coração de Deus.
Numa primeira avaliação, o candidato será levado a conviver com os sofrimentos mais cruciantes da humanidade.
Será despedido sumariamente aquele que oferecer explicações teológicas para a dor universal. Antes, requer-se que o profeta saiba deitar seu ouvido no coração de Deus e sinta seus anseios e vibrações pela raça humana.
Reprove-se o que não verter lágrimas; não soluçar com a morte desnecessária de crianças; não se indignar com a volúpia dos que acumulam fortunas, não protestar contra a indiferença dos confortáveis; e não lutar contra os preconceitos racial, cultural e de gênero.

O candidato a evangelista deverá preencher os seguintes critérios: 1) Amar as pessoas, mais do que seu ofício. Portanto, é bom observar como reage ao sucesso ou ao fracasso. Será reprovado todo aquele que demonstrar extrema alegria pelo bom desempenho de alguma empreitada.
Será descartado, igualmente, o que se entristecer com o baixo rendimento de seus esforços. Somente estará apto para o ofício de evangelista quem aprender a amar, mesmo quando as pessoas resistem à sua mensagem.
Ser fiel é mais importante que bem sucedido. 2) Não se aceitará o orador empolado, que repita clichês, ou que maltrate o bom senso das pessoas com frases prontas. Quem fizer promessas irreais, responder ao drama humano com simplismos; se usar a mensagem do Evangelho com o intento de subornar ou coagir o amor das pessoas, será desconsiderado.

3) Terá desclassificação imediata, quem fizer convite de conversão, apelando para as emoções.
A entrevista qualificatória deve terminar no instante em que se perceber que o candidato a evangelista gosta de manipular e sensibilizar as pessoas com choros e frenesis.

Há vaga para pastor. Contudo, não se deve apressar o preenchimento dessa função. Só será admitido, candidato que já tenha caminhado extensamente com o povo.
É bom que conheça todo espectro social e saiba transitar entre ricos e pobres; doentes crônicos e atletas profissionais; patrões e empregados.
Como os pastores não podem viver trancados em gabinetes, é de bom alvitre que se avalie como se comporta quando prega para grandes auditórios, e como trata indivíduos.
O que demonstrar maior traquejo com multidões, mas evita o contato pessoal, será repudiado.
Todo pastor precisa caminhar de mãos dadas com famílias enlutadas; precisa saber esperar pela notícia de morte ao lado das ovelhas que choram no corredor da UTI; precisa conversar pacientemente com os jovens que lutam com sua sexualidade; e precisa abraçar carinhosamente os idosos.
É imprescindível que, vez por outra, chore quando oficiar casamentos.

Existe uma grande necessidade de mestre. Mas, para essa função, o candidato precisa apresentar seu currículo acadêmico, que será analisado de acordo com a capacidade e oportunidades de cada um.

Contudo, o futuro mestre não pode valorizar exageradamente a letra a ponto de matar o espírito dos textos. Ele deve revelar disposição de defender a verdade, principalmente quando ela estiver a serviço da vida.
Será desclassificado aqueles que, na defesa de suas convicções, demonstrar descaso existencial.
Deve-se pedir que cada candidato escreva ressonâncias a poesias, pintura ou música; deverão ficar de fora, os que mostrarem rigor exagerado no literalismo, na análise técnica da obra.
Não serve para essa função o que perde a beleza subjetiva, aquela que só se percebe com o coração.
Quando o entrevistado comentar que domina um determinado assunto, ficará sob suspeição até o final da entrevista.
A título de exercício, em cada argumentação do futuro mestre, é mister que haja contestação com pressupostos diferentes.
Caso se mostre intolerante, ou não ceda na arrogância de seu conhecimento, será reprovado”.

Surpreendi-me com integridade da Descrição de Funções do Reino Deus!

Como é fantástico que Ele continue à procura de cooperadores verdadeiros.

Aconselho que muitos candidatos se tranquem em seus quartos, dobrem os joelhos e se voluntariem; será uma honra verem-se incluídos para o nobilíssimo serviço de continuar o que Jesus começou.

Eu já me candidatei e aguardo minha aceitação. Mas, enquanto ela não chega, treino outros. Desejo que eles se tornem hábeis artesãos de uma nova história.

Soli Deo Gloria.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Orando Agressivamente (John MacArthur Jr.)

“Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu” (Mateus 6:10)

Muitas pessoas assumem que de alguma forma tudo o que acontece é a vontade de Deus, mas isto não é verdade.

Vidas destruídas por agressivos assassinatos e famílias rompidas por adultério não é a vontade de Deus. Crianças e adultos destruídos por abuso ou incapacitadas por doença não é a vontade de Deus. Ele usa o pecado e a doença para realizar Seus propósitos (Romanos 8:28), mas eles não são o Seu desejo.

No final das contas, Deus destruirá todo mal e cumprirá Sua vontade perfeitamente (Apocalipse 20:10-14), mas isto não aconteceu ainda.

Este é o porquê devemos orar para que Sua vontade seja feita na terra. Não podemos permitir que sejamos passivos ou indiferentes na oração.

Devemos orar agressivamente e não desanimar (Lucas 18:1). Foi assim que Davi orou.

Sua paixão pela vontade de Deus o compeliu a orar: “Faze-me entender o caminho dos teus preceitos; assim, falarei das tuas maravilhas...Correrei pelo caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o meu coração. Ensina-me, ó SENHOR, o caminho dos teus estatutos, e guardá-lo-ei até o fim. Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei e observá-la-ei de todo o coração. Faze-me andar na verdade dos teus mandamentos, porque nela tenho prazer” (Salmos 119:27, 32-35).

“Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano.” (Salmos 143:10)

Mas Davi também orou: “Levante-se Deus, e sejam dissipados os seus inimigos; fugirão de diante dele os que o aborrecem. Como Se impele a fumaça, assim tu os impeles; como a cera se derrete diante do fogo, assim pereçam os ímpios diante de Deus. Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e folguem de alegria” (Salmos 68:1-3).

Ele amava a vontade de Deus, mas também odiava tudo que se opunha a ela.

Quando você orar verdadeiramente para que a vontade de Deus seja feita, você estará buscando agressivamente Sua vontade para sua própria vida e se rebelando contra Satanás, seu maligno sistema mundial e tudo o mais que estiver em conflito com a vontade de Deus.

Pois a Palavra de Deus diz “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”
(Romanos 12:2)

Que o nosso Clamor diante de Deus seja: “venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”